sábado, 26 de abril de 2008

QUASE

Luis Fernado Verìssimo


Ainda pior que a convicção do não é a incerteza do talvez,
É a desilusão de um quase!
È o quase que me incomoda, Que me entristece, que me mata,
Trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga,
Quem quase passou ainda estuda,
quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelo dedo
Nas chances que se perderam por medo,
Nas idéias que nunca saem do papel,

Por essa maldita mania de viver no outono
Pergunto -me as vezes,
O que nos leva a aescolher uma vida morna...

A resposta eu sei decor, Está estampada na distância, Na frieza dos sorrisos,
Na frouxidão dos abraços,
Na indecisão dos "bom dia" quase que sussurrados
Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.

A paixão queima,
O amor enlouquece,
O desejo trai,
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor,
Mas não são!

Se a virtude estivesse mesmo no meio termo,
O mar não teria ondas,
Os dias seriam nublados e o arco iris em tons de cinza

O nada não ilumina,
Não inspira, não aflige e não acalma,
Apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Preferir a derrota prévia à duvida de vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer
Para os erros não há perdão,
Para os fracassos, chance,
Para os amaores impossiveis, tempo,

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma.
Um romance cujo fim é instantãneo ou indolor não é romance.

Não deixe que a saudade sufoque ou que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar,
Desconfie do destino e eacredite em voce!
Gaste mais horas realizando que sonhando,
Fazendo que planejando, vivendo que esperando,
Porque embora quem quase morre esteja vivo,
Quem quase vive já morreu

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